transient states

“Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem… Sou um reflexo… um canto de paisagem Ou apenas cenário! Um vaivém…

Como a sorte, hoje aqui, depois além! Sei lá quem sou?! Sei lá! Sou a roupagem Dum doido que partiu numa romagem E nunca mais voltou! Eu sei lá quem! …

Sou um verme que um dia quis ser astro… Uma estátua truncada de alabastro… Uma chaga sangrenta do Senhor…

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados, Num mundo de vaidades e pecados, Sou mais um mau, sou mais um pecador…”

“Minha Culpa” de Florbela Espanca

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